Sinusite: o que é, causas, sintomas e tratamento

Se você está enfrentando dor facial, congestão e secreção nasal pode estar sofrendo com sinusite. Este guia vai ajudar a entender melhora a sinusite.

O Que é Sinusite

A sinusite, também conhecida como rinossinusite, é uma inflamação dos seios paranasais, que são cavidades localizadas ao redor do nariz e dos olhos.

Os ossos da face que têm contato com o nariz desenvolvem cavidades cheias de ar e recobertas pela mucosa respiratória. Essas cavidades são conhecidas como seios da face ou seios paranasais e se localizam nos ossos frontal (região da testa, logo acima das sobrancelhas), etmoide (delicada lâmina óssea que fica entre os olhos e separa as cavidades nasais do cérebro), esfenoide (no centro do crânio, atrás dos olhos e nariz) e maxilar (na região da maçã do rosto, que fica abaixo dos olhos e ao lado do nariz).

Os seios da face diminuem o peso da cabeça, auxiliam na filtragem e aquecimento do ar, produção de muco nasal, e de quebra fazem parte da caixa de ressonância da voz e servem como amortecedores, protegendo as estruturas delicadas ao redor dos olhos e do cérebro contra impactos e traumas.

A inflamação da mucosa dos seios da face pode causar acúmulo de secreção, dor, pressão e desconforto, além de afetar a respiração e a qualidade de vida.

Tipos de Sinusite

Existem diferentes tipos de classificação de sinusite, que podem ser baseados no tempo de duração da doença ou nas causas da inflamação por exemplo. Essas classificações facilitam o raciocínio clínico e a comunicação entre os profissionais de saúde.

Se formos pensar na definição de sinusite pelo tempo de doença temos:

• Rinossinusite aguda em adultos: início súbito de dois ou mais sintomas, sendo que um dos quais deve ser bloqueio / obstrução / congestão nasal ou secreção nasal (gotejamento nasal anterior / posterior) associado a dor / pressão facial ou redução ou perda de olfato por menos de 12 semanas. Se os sintomas forem recorrentes é preciso ter intervalos livres de doença (sem sintomas).
• Rinossinusite aguda em crianças: início súbito de dois ou mais dos sintomas:  bloqueio nasal/obstrução/congestão ou secreção nasal ou tosse (diurna e noturna) por menos de 12 semanas. Se os sintomas forem recorrentes é preciso ter intervalos livres de doença (sem sintomas).
• Rinossinusite aguda recorrente: a sinusite pode ocorrer uma ou mais de uma vez em um período definido com resolução completa dos sintomas entre os episódios. A rinossinusite aguda recorrente é definida como 4 ou mais episódios por ano com intervalos livres de sintomas.
• Rinossinusite crônica em adultos: rinossinusite em adultos por 12 semanas ou mais;
• Rinossinusite crônica em adultos: rinossinusite em criança por 12 semanas ou mais;

A sinusite também pode ser classificada de acordo com a causa em primária (rinossinusite fúngica alérgica; doença atópica do compartimento central; rinossinusite crônica com polipose nasal; risossinusite cronica eosinofílica e não-eosinofílica) e secundária ( rinossinusite cronica; discinesia ciliar primária; fibrose cística;  granulomatose com poliangeite; granulomatose eosinofilica com poliangeite). E dividir cada uma em doença localizada e difusa com base na distribuição anatômica. Essas classificações são mais complexas e têm objetivo de individualização do tratamento.

Sintomas

Os sintomas podem variar de acordo com o tipo e a gravidade da condição, mas geralmente incluem:

• Congestão Nasal: dificuldade para respirar pelo nariz devido ao inchaço e produção excessiva de muco.
• Secreção Nasal: muco espesso e amarelado ou esverdeado.
• Tosse, principalmente em crianças.
• Dor e Pressão Facial: especialmente ao redor dos olhos, bochechas e testa.
• Dor de Cabeça: frequente e intensa, geralmente associada à pressão sinusal.
• Febre: pode acontecer em sinusites agudas.
• Diminuição do Olfato: redução na capacidade de sentir cheiro.

Note que na definição de sinusite como descrito no texto acima é feita com base nos sintomas, sendo que nos adultos pelo menos um desses sintomas tem que estar presente: a sensação de congestão ou bloqueio do nariz ou a presença de secreção nasal. Na criança os sintomas podem ser o bloqueio nasal/obstrução/congestão e/ou secreção nasal e/ou tosse.

Causas

A sinusite está relacionada com a obstrução da drenagem da secreção (muco) produzida no nariz e seios da face. Quando a secreção não é drenada de forma adequada, fica estagnada nas cavidades paranasais, tornando-se um meio de cultura para vírus, bactérias e fungos.

Os principais fatores que predispõe o desenvolvimento da sinusite incluem:

• Infecções Virais: Resfriados e gripes que causam inflamação dos seios paranasais. As infecções virais que não têm uma resolução espontânea no período habitual de 10 dias ou que apresentam uma piora súbita do seu curso natural podem estar evoluindo para uma infecção bacteriana.
• Infecções Bacterianas: quando ocorre a proliferação de bactérias devido ao acúmulo de secreção nos seios paranasais. Geralmente são secundárias a uma infecção viral, alergias ou fatores que alteram a drenagem do muco.
• Alergias que provocam inflamação e bloqueio dos seios nasais.
• Alterações anatomicas: Desvio de septo nasal, pólipos, tumores ou outras obstruções que dificultam a drenagem dos seios paranasais.
• Exposição a Irritantes: Poluição, fumaça de cigarro e produtos químicos que irritam a mucosa nasossinusal.
• Doenças que alteram a produção ou drenagem do muco nasal: Fibrose Cistica, Discinesias Ciliares, Granulomatoses
• Imunodeficiências
• Sinusite odontogênica: sinusite secundária a uma infecção que se origina nos dentes. Também pode ocorrer após uma extração ou procedimento dentário que cause comunicação entre a boca e os seios paranasais (seios maxilares).

Diagnóstico

O diagnóstico da sinusite é clínico, ou seja, durante a consulta o otorrinolaringologista está apto a fazer o diagnóstico pela história do paciente associado a um bom exame físico. Exames complementares podem ser realizados no próprio consultório ou solicitados para uma avaliação mais detalhada.

• Nasofibrolaringoscopia: Inspeção das vias nasais com o uso de um endoscópio.
• Exames de Imagem: Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM).
• Culturas: Coleta de amostras de muco para identificar a presença de infecções bacterianas.

O Raio-X de seios da face é importante para o diagnóstico de sinusite

O Raio-X de seios da é um exame de baixa resolução, não fornece imagens tão detalhadas quanto outros exames, como a tomografia computadorizada (TC). A sobreposição de estruturas pode dificultar a visualização dos seios da face e das áreas adjacentes levando a erros na interpretação. Devido a alta incidência de radiação e baixa resolutividade é um exame contra-indicado para esse objetivo.

Tratamentos para Sinusite

O tratamento da sinusite pode variar dependendo da causa e do tipo da condição. As opções incluem:

Tratamento clinico

• Antibióticos: Para sinusite bacteriana.
• Descongestionantes: Para aliviar a congestão nasal e melhorar a drenagem dos seios da face.
• Sprays Nasais Esteroides: Para reduzir a inflamação e ajudar na drenagem.
• Analgésicos: Para aliviar a dor e a febre.
• Soluções Salinas: Para realizar lavagem nasal, auxiliando na drenagem do muco e hidratação das fossas nasais.

Tratamento cirúrgico

A cirurgia pode ser a solução para os casos de sinusite crônica ou recorrente em que algum fator anatômico esteja prejudicando a drenagem dos seios paranasais. Também é o tratamento indicado para os casos de complicação, em que é preciso uma drenagem rápida dos seios paranasais.

A cirurgia consiste na correção de fatores anatômicos como desvio de septo, pólipos nasais e abertura ou dilatação dos óstios de drenagem dos seios paranasais.

Nos dias atuais os avanços tecnológicos permitem uma cirurgia pouco invasiva com auxílio de endoscópio e equipamentos que realizam um melhor controle de sangramento. Isso que evita o uso de tampão nasal, possibilita alta no mesmo dia e uma recuperação cirúrgica com menos desconforto.

Prevenção da Sinusite

Algumas medidas podem ajudar a prevenir a sinusite:

• Higiene Nasal: Lavagem nasal com soro fisiológico conforme a orientação do seu otorrinolaringologista.
• Evite Irritantes: Minimize a exposição a fumaça, poluição e produtos químicos.
• Trate Alergias: Controle e trate as alergias para evitar inflamações nos seios paranasais.
• Manutenção da Saúde Geral: Mantenha um sistema imunológico forte com uma dieta equilibrada, boa qualidade de sono e exercícios regulares.