Apneia do Sono é caracterizada por episódios repetidos de interrupção da respiração durante o sono. Se não tratada pode levar a graves consequências cardiovasculares, metabólicas e neurocognitivas.
Durante a noite, enquanto dormimos, temos um relaxamento muscular. Em pessoas com alguma predisposição ocorre estreitamento da região da faringe com redução da passagem de ar para os pulmões. Com isso a concentração de oxigênio no sangue diminui (dessaturação) e ocorre ativação do nosso sistema de alerta, levando a um breve despertar e volta do controle da respiração. O indivíduo volta a dormir, às vezes sem perceber que houve um despertar, ou até mesmo com a sensação de sufocamento, taquicardia, boca seca. Ao aprofundar o sono novamente outros episódios de apnéia, de forma breve e repetida, vão acontecer, fragmentando o sono e ativando o sistema de alerta.
O principal sintoma da apneia do sono é o ronco, que pode piorar dependendo da posição do corpo (geralmente piora quando o indivíduo dorme de barriga para cima), alimentação, uso de medicação ou bebida alcóolica, cansaço.
Além do ronco, a sensação de sono não reparador ou sonolência excessiva durante o dia podem significar que o sono da noite está muito fragmentado pelos episódios de apneia. É muito comum os pacientes acharem que dormem bem pois adormecem com facilidade, mas isso pode significar uma sonolência excessiva se ocorrer em momentos que deveria estar bem acordado.
Sono agitado e com despertares também são sintomas comuns. Mas alguns pacientes chegam encaminhados por outras especialidades médicas devido as consequências da apneia como pressão alta de difícil controle, alterações metabólicas, problemas de atenção ou concentração, alteração de humor.
A apneia do sono é multifatorial, ou seja, diversos fatores, principalmente se associados, podem causar.
Os fatores de risco comuns para a apneia do sono são:
Isso não significa que pessoas magras, jovens, ou mulheres não têm apneia, pois como mencionado as pausas respiratórias são consequência de uma associação de fatores.
Pode-se dizer que com a história, principalmente se o paciente tiver ronco associado a pausas respiratórias durante o sono presenciadas por um acompanhante, assim como alterações de exame físico é possível uma elevada suspeita clínica. Mas, o diagnóstico de certeza é feito pelo exame de polissonografia de noite inteira.
Durante o exame de polissonografia o paciente dorme monitorado quanto as ondas cerebrais e musculares que indicam se ele está dormindo e qual fase do sono ele se encontra. Uma cânula capta o fluxo respiratório nasal e cintas torácicas e abdominais captam os movimentos respiratórios. Com isso é possível dizer se o paciente teve uma pausa respiratória (apneia) e se essa pausa foi por uma obstrução na respiração ou por falta do comando respiratório que vem do cérebro. Oxímetro de pulso avalia a concentração de oxigênio no sangue. O Eletrocardiograma verifica os batimentos cardíacos durante o sono e pode identificar se ocorre alguma arritmia, por exemplo, em consequência dos episódios de apneia.
A polissonografia é feita durante a noite e deve ao máximo mimetizar uma noite de sono normal. É um exame indolor e não invasivo, mas algumas recomendações são importantes para a melhor execução do exame:
A polissonografia é um exame utilizado para o diagnóstico de apneia e outros distúrbios do sono, o seu resultado é um relatório completo da noite de sono avaliada.
Com o exame é possível avaliar o tipo de apneia do sono:
Com base no índice de apneia e hipopneia (quantidade de eventos de apneia e/ou hipopneia por hora de sono) é possível classificar a doença como:
Como é multifatorial, uma boa avaliação do paciente, do exame físico nasal e faríngeo, medidas antropométricas de peso, altura, circunferência abdominal e cervical ajudam no direcionamento do tratamento.
Outros exames que avaliem as estruturas faciais podem auxiliar, com Tomografia de Seios da Face e documentação ortodôntica.
Uma avaliação cardíaca e metabólica pode ser necessária devido as complicações da doença.
Infelizmente não existem soluções simples para problemas complexos e a Apneia do Sono é um deles. O tratamento é individualizado e depende de fatores como idade do paciente, doenças associadas, se existem alterações anatômicas como desvio de septo nasal ou aumento das amigdalas, alterações craniofaciais.
O uso do CPAP para dormir é a opção em muitos casos, mas cirurgias faríngeas e nasais, aparelhos intraorais, fonoterapia e cirurgia ortognática também são boas opções a depender o paciente.
Cuidados gerais vão ajudar todos os pacientes como:
Se não tratada a apneia do Sono aumenta o risco cardiovascular por diversos motivos. Durante os episódios de apneia os níveis de oxigênio no corpo diminuem (hipoxia). A hipoxia crônica esta associada a danos nos vasos sanguíneos. Além disso os episódios de apneia ativam nosso sistema de alerta (Sistema Nervoso Simpático) resultando em aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.
A apneia do sono está associada o aumento da inflamação sistêmica causando diversas consequências metabólicas: acúmulo de placas nas paredes das artérias (aterosclerose), aumento do cortisol, resistência a insulina, alteração na liberação de hormônios que regulam a fome e saciedade piorando a obesidade. Também impacta o metabolismo de gordura contribuindo para o aumento de colesterol e triglicérides.
Além do risco cardiovascular a apneia leva a pequenos despertares que mesmo não sendo percebidos pelo paciente afetam a qualidade do sono. Em consequência o indivíduo pode apresentar consequências neurocognitivas como alterações de memória, concentração, baixo desempenho acadêmico ou no trabalho, alterações de humor, sonolência excessiva e aumento do risco de acidentes.
Se você suspeita que tem apneia do sono ou conhece alguém que possa ter a doença procure um médico.
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